A Alfa Romeo é lembrada no Brasil principalmente pelo 2300 Ti, um carro com muitas qualidades que estava à frente da concorrência. Mas o modelo sobre o qual quero falar nesse post é outro símbolo da empresa: o carismático Giulia GT.
O pequeno cupê, que também possuía uma versão sedã de mesmo nome, é um daqueles roncadores apaixonantes e altamente divertidos de guiar. O volante tem boa empunhadura e a alavanca de câmbio está sempre à mão. Se tiver uma chance de pilotar um deles, não desperdice.
Com baixo peso e um motor de 1,6 litro, colecionou vitórias aqui e em grandes pistas européias. A macchina das fotos possui uma aparência graciosa e ao mesmo tempo agressiva. De perto, deixa claras as suas “más” intenções: é um carro baixo e assentado, que parece comprimir seus pequenos músculos no chão. E há um segredo dentro do cofre do motor.
Mas antes vamos aos detalhes. Repare nos pára-lamas abaulados, rodas de 15 polegadas de tala larga e algumas marcas das lutas travadas na pista que ficaram gravadas na carroceria.
Verdadeiras cicatrizes no aço. Trata-se de um lutador de rua, pronto para engolir o asfalto.
O modelo ano 1965 pertence a Marcelo Belisse e este, por sua vez, é filho de Manolo Pazos, uma lenda quando se fala em Alfa e Ferrari no Brasil. Ele foi o mecânico de confiança de Alcidez Diniz e, do interior de sua oficina na Zona Norte de São Paulo, saíram campeões de várias categorias.
O coração que pulsa de forma estridente é o motor V6, de 3,0 litros e 200 cv brutos, doado por um Alfa 164. A clássica combinação de peso e potência deixou o GT arisco e com desempenho supreendente.
Uma olhada no interior não deixa mais dúvidas. Bancos Recaro, volante esportivo e chave geral.
Ele foi recordista da Subida de Montanha no Pico do Jaraguá e participou de competições de norte a sul do Brasil. “Ah, e nunca bateu”, salienta Marcelo.
Me acomodei no assento, liguei o carro e toda aquela energia começou a fluir. O espírito das Alfas de competição se fez presente. Duas aceleradas para ouvir o ronco do escapamento pipocar e saímos. Como já foi dito, o GT não esconde a que veio. E percebi isso após virar a esquina e encontrar um quarteirão vazio de asfalto liso. A rotação subiu de forma incrível, o som do V6 ecoou pela rua e o corpo colou no banco. Música para os ouvidos.
No caminho de volta, o clássico seguiu grudado no chão pelas curvas que circundam o estádio do Pacaembu, com direito a uma ligeira saída de traseira, corrigida através de um contra-esterço. Não falei que ele era arisco?
Fonte: Jalopnik
Nenhum comentário:
Postar um comentário